Histórico

Postado dia 10/01/2016 às 12:17:35

Planos Pastorais

O I Plano de Pastoral e o Calendário Diocesano, que era apenas uma “apostila” de poucas páginas, foi elaborado pelo bispo, juntamente com algumas lideranças diocesanas e tinha como objetivo: “Comunhão e Participação”, tema com forte apelo do Concílio Vaticano II. A Diocese, com a organização das equipes diocesanas de Pastorais, sentia muito a necessidade de investir na formação de leigos e Padres. Assim, Dom Domingos deu início à Construção da Casa de Encontros João Paulo II e também do Seminário Menor Diocesano, que passou a funcionar na antiga Casa do próprio bispo, na BR 369.

      Os Trabalhos de divulgação do Plano Diocesano pelas Equipes diocesanas, incentivado pelo processo de Planejamento Participativo do Regional Sul 2 da CNBB, motivou a realização da primeira Assembléia Diocesana propriamente dita, com a participação das Paróquias, em 1983, da qual nasceu o II Plano de Pastoral (1984-1987), com o objetivo: “Evangelizar a nossa Diocese, despertando o Espírito Comunitário, a partir dos Grupos de Reflexão, para a transformação Cristã da Sociedade, na justiça, fraternidade e unidade”. Contava, o referido plano, com três prioridades: Grupos de Reflexão, Catequese e Formação de Agentes. Antes mesmo que a Assembléia fosse realizada, nosso bispo, Dom Domingos foi transferido para Apucarana, porém como já havia sido dado os passos preparativos para a Assembléia, esta realizou-se do mesmo modo.

      No dia 20 de Maio de 1984, Dom Getúlio Teixeira Guimarães – SVD toma posse como nosso 3º bispo, entrando em plena sintonia com o Plano Diocesano e com a caminhada da Diocese, incentivando as pastorais existentes, motivando e promovendo a formação de outras. As Assembléias Diocesanas passaram a ser realizadas anualmente, aprofundando e assumindo compromissos inerentes às prioridades do Plano de Pastoral em vigência.

      Em 1987, com o trabalho realizado a partir das bases pastorais Diocesanas, nasce o III Plano Diocesano (1988-1991), cujo objetivo era: “Evangelizar nossa Diocese, despertando o espírito Comunitário, a partir dos grupos de Reflexão, dando destaque à Família, a Juventude, e à Pastoral Social, para a transformação humana e cristã da sociedade”. Nota-se a afirmação de uma prioridade e três destaques pastorais. Os Grupos de Reflexão são reafirmados como prioridade por indicar um caminho para o despertar do espírito comunitário, conforme nova motivação do objetivo geral.

      Em 1992 começa a vigorar o IV Plano de Pastoral (1992-1995), também fruto de uma ampla participação das bases e aprovado em Assembleia Diocesana. Seu objetivo era: “Evangelizar com renovado ardor missionário, testemunhando Jesus Cristo, em comunhão fraterna, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para formar o Povo de Deus e participar da construção de uma sociedade justa e solidária, a serviço da vida e da esperança”. Nossa prioridade continuou voltada para os Grupos de Reflexão, unido aos destaques: Família, Juventude e Formação de Agentes.

      Destaca-se, dos trabalhos do IV Plano, a criação da Escola Teológica Diocesana para Leigos, do Secretariado Diocesano de Pastoral e, além disso, um crescente e frutuoso fortalecimento da Pastoral de Conjunto na Diocese, principalmente através da Assessoria das Pastorais, que pôde contar com os novos padres diocesanos que se somaram aos demais no Presbitério da Diocese e aos líderes em geral.

      Em Março de 1996, a Assembleia Diocesana aprova o V Plano Diocesano (1996-2000) que passou a se chamar Plano da Ação Evangelizadora, dentro dos horizontes da Nova Evangelização, de acordo com a atual orientação do Magistério da Igreja, assumindo duas prioridades: Grupos de Reflexão e Pastoral Familiar. A vigência do Plano coincide com a preparação e celebração do Grande Jubileu dos 2000 anos de Cristianismo, dos 500 anos de Evangelização no Brasil e também com o Jubileu de Prata (25 anos) da Criação da Diocese (1998). Por isso, foi necessário que nos adequássemos rapidamente ao Projeto Rumo ao Novo Milênio (PRNM), pois envolvia a Igreja como um todo, e tinha o ano de 1996 como sendo o ano da Sensibilização; 1997 o ano dedicado a Jesus Cristo, ao Sacramento do Batismo e à Virtude Teologal da Fé; 1998 dedicado ao Espírito Santo, ao Sacramento da Crisma e à Virtude da Esperança; 1999 dedicado a Deus-Pai, ao Sacramento da Reconciliação e à Virtude da Caridade; e o ano 2000 voltado à glorificação da Santíssima Trindade, ao Sacramento da Eucaristia e à celebração jubilar.

      O Projeto Rumo ao Novo Milênio englobava uma série de exigências e atividades, do ponto de vista da Evangelização na linha do Testemunho, Serviço, Diálogo e Anúncio, por isso, necessitava da organização de um grande Programa Pastoral. Sendo assim, surgia a criação de uma forte Equipe Piloto, que contou com a participação de padres, religiosas e leigos, tendo o bispo, como pastor e motivador.

      Entre outras coisas importantes que marcaram o Jubileu da Igreja, no que diz respeito principalmente à nossa Diocese, destacamos três grandes acontecimentos que se relacionam ao seu Jubileu de Prata, celebrado em 1998: no dia 29 de Março, uma belíssima celebração na Catedral Cristo Rei, com a presença dos bispos do Paraná, onde é feita uma homenagem especial a D. Domingos e a memória de D. José; no dia 31 de Maio, Festa de Pentecostes, Celebração da Crisma diocesana, com a presença de 1650 crismandos de todas as Paróquias da Diocese, encerrando com a Coroação da Imagem de Nossa Senhora com seu Imaculado Coração, padroeira da Diocese; e no dia 22 de Novembro, Solenidade de Cristo Rei, aconteceu a inauguração do novo prédio do Seminário Menor Diocesano Menino Deus; do Centro de Pastoral D. José Joaquim Gonçalves e a Festa da Gratidão, com a celebração solene em frente à Catedral, louvando a Deus por todas as pessoas: bispos, padres, religiosas (os) e leigos, que nestes 25 anos trabalharam na Diocese.

      No ano 2000, em face das Celebrações Jubilares, não aconteceu Assembleia Diocesana. Por isso, à luz das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (Doc 61 CNBB – 1999-2002) e desejando guardar a unidade pastoral com a CNBB Nacional e do Regional Sul 2 que prorrogaram suas diretrizes até 2002, nossa Diocese, através de seus Agentes, optou por se adequar e atualizar seu Plano, tendo em vista o Projeto Ser Igreja no Novo Milênio (SINM), levando em conta as novas mudanças sócio-culturais dos tempos recentes, que exigiam novas respostas pastorais.

      Assim, nasceu o nosso VI Plano de Ação Evangelizadora, para o período de 2000-2002, que pretendia: “a articulação da ação Evangelizadora, na aprimoração de Pastoral de Conjunto; reforçar o protagonismo dos leigos, através da Escola Teológica; dar atenção à Pastoral Social, com o objetivo do resgate da dignidade humana; realização da experiência das Santas Missões Populares; e por último, apoiar as comunidades Eclesiais de Base (Grupos de Reflexão) e a Família, através da Pastoral Familiar”. Uma marca desse período, além da realização das Santas Missões Populares, é a realização na Diocese, em São Jerônimo da Serra e Jataizinho, da 16ª Romaria da Terra e das Águas do Paraná, em Agosto de 2001. É preciso mencionar também, a construção do Seminário Maior São José (Casa dos Teólogos), em Jataizinho.

      No dia 15 de novembro do ano 2003 foi realizada a Assembléia Diocesana onde foi elaborado e aprovado o nosso VII Plano tendo como Objetivo Geral: Evangelizar a nossa Diocese por meio do serviço, diálogo, anúncio e testemunho de comunhão numa renovada opção preferencial pelos pobres, promovendo a dignidade da pessoa, renovando a comunidade e participando da construção de uma nova sociedade.

      Nesta mesma assembléia foram assumidas doze metas como conteúdo do nosso Plano:

1 – Criar escolas paroquiais de formação bíblica para acolher e viver a riqueza da Palavra de Deus;

2 – Fortalecer a organização e ação missionária em âmbito Paroquial e Diocesano;

3 – Criar a Pastoral da Acolhida em todas as comunidades para valorizar a presença e os dons dos participantes nas celebrações litúrgicas e na comunidade;

4 – Fortalecer na diocese a pastoral Sacramental através da formação dos agentes, para um maior diálogo e tratamento personalizado aos católicos que apenas ocasionalmente buscam os sacramentos;

5 – Investir na formação dos Ministérios Litúrgicos (leitores, acólitos, equipes litúrgicas, animadores, etc.) para que nossas celebrações sejam mais motivadoras da vida cristã;

6 – Fortalecer e formar a participação política como forma de exercer a caridade (Doc. 71);

7 – Priorizar as Pastorais Sociais e outras que trabalham na assistência, principalmente na promoção humana;

8 – Dar acolhimento personalizado àqueles que se aproximam da comunidade, valorizando sempre aqueles que já estão engajados;

9 – Planejar e executar a ação evangelizadora e pastoral com a participação de todos, gerando assim a corresponsabilidade na vida eclesial (LG 30-36);

10 – Constituir em todas as comunidades um conselho de pastoral, que se encarregue do planejamento, divulgação e avaliação dos trabalhos.

- Que este Conselho se preocupe com:

* A ação missionária da comunidade;

* A espiritualidade das lideranças;

* A formação permanente dos líderes;

* Promover momentos de convivência e troca de experiências entre as pastorais e movimentos.

- Que a diocese possa ajudar a formação destes conselhos, consolidando assim a unidade entre as paróquias.

11 – Participar da ação social da Igreja, estimulando os preceitos cristãos a todos os movimentos populares, conselhos comunitários e associações, que trabalham em prol do social;

12 – Divulgar a doutrina social da Igreja, promovendo a assimilação da mesma no cotidiano cristão.

      Em 2005 na Assembleia Diocesana acontecida no dia 12 de novembro, ocorrida na Casa João Paulo II, foi feita uma avaliação da aplicação das 12 metas, dando atenção as sombras e as luzes surgidas na ação evangelizadora das nossas comunidades. E nesta Assembleia a Diocese com suas comunidades paroquiais assumiram as seguintes resoluções que resumem as metas assumidas em 2003 para serem realizadas na vigência do VII Plano- 2006 a 2008:

1 - Fortalecer a Pastoral de Conjunto

  1. a) Organizando o Conselho de Pastoral Paroquial e o Conselho de Pastoral Comunitário, buscando um maior diálogo entre as pastorais, movimentos e organismos.
  2. b) Produzindo subsídios para serem estudados.
  3. c) Realizando Encontros diocesanos sobre a Pastoral de Conjunto.

2 - Fortalecer a Dimensão Missionária

  1. a) Conscientizando toda a comunidade paroquial sobre a dimensão missionária da Igreja.
  2. b) Dando atenção especial à infância Missionária.
  3. c) Retomando, dentro da realidade de cada comunidade, as Santas Missões Populares.
  4. d) Envolvendo os participantes da Escola Teológica e do CEBI para a formação missionária.
  5. e) Propiciando o intercâmbio entre os missionários (as) de várias comunidades paroquiais em nível setorial.

3 - Estudar e aprofundar sobre a Doutrina Social da Igreja.

  1. a) Realizando a conscientização do clero e dos leigos sobre a Doutrina Social da Igreja, através do Jornal Páginas Católicas, Escola Teológica, encontros dos Grupos de Reflexão, meios de comunicação social, cursos diocesanos, sobre a responsabilidade da Pastoral Sócio-transformadora com o apoio do Secretariado.

4 - Fortalecer e incentivar a dimensão bíblica.

  1. a) Criando grupos de estudos bíblicos mensais com as pastorais e movimentos em todas as comunidades paroquiais, usando a metodologia da Leitura Orante da Bíblia.
  2. b) Produzindo subsídios para as comunidades paroquiais sobre a orientação do Secretariado, com apoio dos assessores da Escola Teológica.
  3. c) Realizando um encontro diocesano para aprofundamento bíblico.

Na vigência do VII Plano da ação evangelizadora da nossa Diocese queremos ressaltar algumas iniciativas de âmbito diocesano e alguns eventos que enriqueceram e continuam enriquecendo a vida diocesana.

      Depois de um consenso dado pelos padres, pelos agentes das pastorais, movimentos e serviços eclesiais, achamos por bem realizar cada ano na Diocese a Festa da Unidade para incentivar a pastoral de conjunto, estreitar os laços de cooperação mútua entre as pastorais e movimentos, congraçamento das 25 paróquias e ser um testemunho público da nossa fé e nossa busca da unidade pedida por Jesus. A Festa da Unidade é uma celebração evangelizadora que vem sendo realizada na cidade de Cornélio Procópio, cujo ápice ocorre na Festa da nossa padroeira Maria, no seu Imaculado Coração. Para os fiéis da Diocese é o momento anual de demonstração de devoção e solidariedade, da reiteração de laços familiares e comunitários, assim como de manifestação de fé e de pertença à Diocese.

      A primeira festa aconteceu no dia 25 de junho de 2006 na cidade de Cornélio Procópio. O tema da festa foi “ Chamados à Unidade” e o seu lema bíblico: “A messe é grande mas poucos os operários” ( Lc 10, 2 ). Já a segunda festa ocorreu no dia 17 de junho de 2007 quando o assessor convidado, o Pe. Benedito Ferraro veio falar para os participantes vindos de nossas 25 comunidades paroquiais sobre os acontecimentos e as propostas da V Conferência dos Bispos da América Latina e Caribe realizada em Aparecida com a abertura do Santo O Papa Bento XVI, em maio de 2007. A nossa terceira Festa da Unidade se deu no dia 01 de junho de 2008. O tema da festa deste ano foi o da Campanha da Fraternidade de 2008: “Fraternidade e a defesa da Vida” com o lema: “Escolhe, pois, a Vida” (Dt30,19).

      Na vigência do VII Plano foi realizada a 5ª Visita Pastoral na Diocese. Estas visitas pastorais às paróquias pelo nosso Bispo Diocesano aconteceram no período de fevereiro de 2004 a agosto de 2005, quando Dom Getúlio visitou todas as Matrizes (25) e todas as capelas das comunidades paroquiais (aproximadamente 240) com o intuito de encontrar, celebrar e orientar os diocesanos e solicitar deles o compromisso para acolher e colocar em prática o VII Plano de ação evangelizadora da Diocese. Por ocasião das visitas houve também a preocupação não só valorizar os sacramentos e a administração diocesana, mas realizar uma reunião com a liderança e entidades nas paróquias, visitar os doentes e os agentes de saúde e autoridades municipais.

      Seguindo o modelo de Jesus, o bispo conduz a Diocese a partir do diálogo e da participação. Dom Getúlio comemorou 25 anos de ordenação episcopal no dia 22 de março de 2007. A Missa de ação de graças foi celebrada, às 19.30, na Catedral Cristo Rei, com a presença de muitos bispos do Paraná, padres, consagrados e leigos das nossas paróquias. Seguindo o exemplo de Jesus, o nosso bispo procura escutar a comunidade, busca diálogo e mostra os caminhos, fazendo questão de participar das atividades das comunidades diocesanas.

Damos graças a Deus, pois neste período de 2003 a 2008 tivemos a formatura de três turmas da Escola Teológica Diocesana com um boa média de participação de leigos e leigas das nossas comunidades paroquiais. A conclusão das escolas aconteceram em novembro de 2004, 2006 e 2008. A coordenação da Escola Teológica da Diocese marcou, para o dia 22 de novembro de 2008, às 19:30hs, na Catedral Cristo Rei, a celebração da missa em ação de graças pela formatura da 7ª Turma, denominada “Professor José Garcia Gonzáles Neto”. Iniciada em 2007, a turma foi formada por 90 leigos atuantes em todos os municípios da Diocese.

      Para a alegria de todos vimos nascer e voltar a funcionar novas pastorais na Diocese. Três novas pastorais vieram fazer parte da nossa ação evangelizadora: da Sobriedade, dos Surdos e da Saúde. Retornaram com novo entusiasmo a Animação Vocacional-SAV e Pastoral da Pessoa Idosa.

      Sem esquecer o VII Plano que esteve em vigor de 2004 a 2008, os participantes da assembléia diocesana, acontecida no dia primeiro de novembro de 2008, elaboraram e aprovaram as diretrizes do VIII Plano da Ação Evangelizadora da Diocese para o período de 2009 a 2012.

Ao assumir o VIII Plano da ação Evangelizadora apresentado pelo Documento de Aparecida que nos ensina que somos “discípulos missionários” de Jesus Cristo, todos os diocesanos, iluminados pelo Documento de Aparecida (DA), pelas novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), pelas orientações emanadas do nosso Regional Sul 02 e pelo consenso diocesano através das assembléias paroquiais, setoriais e diocesana, acolhem o novo Plano de Pastoral e alegres querem pô-lo em prática em nossas comunidades. O novo Plano se apresenta com o mesmo objetivo da CNBB e do Regional Sul 02 que é evangelizar. E propõe as seguintes linhas de ação: Conversão pessoal e pastoral, pequenas comunidades, dimensão missionária, e formação permanente.

      Sabemos que a diocese de Cornélio Procópio caminhou significativamente nos últimos 34 anos, desde a sua criação. Temos muito que agradecer e glorificar a Deus pelos Agentes Pastorais e Sacerdotes, de ontem e de hoje, que deram e dão a vida generosa e heroicamente pela implantação do Reino de Deus.

      Por outro lado, não podemos ignorar as grandes mudanças pelas quais o mundo está passando, que herdamos do milênio passado, que desafiam a nossa ação evangelizadora neste terceiro milênio. Não podemos agir irracionalmente, fechando os olhos diante dos grandes desafios que estão a nossa frente, principalmente em decorrências da modernidade: a Sociedade Complexa, a Globalização, a insegurança pelos constantes riscos em que a pessoa é frequentemente exposta (desemprego, doenças, violência...), o imediatismo, o consumismo, o enfraquecimento e o descrédito da participação política, as mudanças sócio-econômicas, a perda da identidade e dos valores culturais e religiosos, a fragilidade dos relacionamentos humanos, o individualismo e subjetivismo, o crescimento das outras religiões e seitas, entre outros. Tudo isso exige evangelizar com renovado ardor, com novos métodos e novas expressões.

      Evangelizar neste mundo perverso e violento, que gera pobreza e exclusão em nome da modernização, da eficiência e da técnica, eis o grande desafio do nosso tempo. Ser Igreja no Novo Milênio (SINM) não é, e não será fácil, assim como nunca foi fácil seguir os passos daquele que é o mesmo ontem, hoje e sempre (cf. Hb 13,8), que nos propõe a cruz como sinal de seu seguimento (cf. Lc 9,22-23). Mas a certeza de que jamais estaremos sozinhos, pois o Deus Conosco, caminha a nossa frente, junto de nós e no meio de nós (cf. Mt 18,20; 28,19-20), por si só já é motivação suficiente para perseverarmos. Sendo assim, resta-nos, que em atenção à Palavra do Mestre arrisquemos “avançar para as águas mais profundas e lançar as redes” (Lc 5,4-5).

            No VIII Plano, o Documento de Aparecida e as Novas Diretrizes Gerais do Brasil convidam as nossas comunidades eclesiais a uma verdadeira “conversão pastoral”, fato que exige ir “além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária” (DA365,370,371;DGAE nº 172. Cabe-nos portanto acolher a riqueza do apelo que o documento das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil nos faz em seu número 46: “Diante disso, acolhendo a conclamação da Conferência de Aparecida, nossas Comunidades Eclesiais são chamadas a uma verdadeira conversão pessoal. Essa conversão exige que se vá para além de uma pastoral de mera conservação, para uma pastoral decididamente missionária. Uma verdadeira conversão pastoral deve estimula-nos e inspirar-nos atitudes e iniciativas de auto-avaliação e coragem de mudar várias estruturas pastorais em todos os níveis, serviços, organismos, movimentos e associações. Temos necessidade urgente de viver na Igreja a paixão que norteia a vida de Jesus Cristo: o Reino de Deus, fonte de graça, justiça, paz, e amor. Por este Reino, o Senhor deu a vida”.

      Para uma maior e eficaz evangelização em nossa diocese foram aprovados na Assembleia Diocesana (2008) o mesmo objetivo da CNBB: Evangelizar a partir do encontro com Jesus Cristo, como discípulos missionários, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, promovendo a dignidade da pessoa, renovando a comunidade, participando da construção de uma sociedade justa e solidária, “para que todos tenham vida e a tenham em abundância”(Jo 10,10) e também quatro linhas de ação evangelizadora. Estas vêm dar ênfase para renovar as nossas comunidades em vista de uma Diocese mais missionária. Abaixo está cada uma destas linhas e um breve comentário sobre as mesmas.

 

  1. Conversão Pessoal e Pastoral

 

“Em nossa Igreja devemos oferecer um ‘encontro pessoal com Jesus Cristo’, uma experiência religiosa profunda e intensa, um anúncio querigmático e o testemunho pessoal dos evangelizadores, que leve a uma conversão pessoal e a uma mudança de vida integral” ( DA 226)

“Encontramos Jesus Cristo, de modo admirável, na Sagrada Liturgia. Ao vivê-la, celebrando o mistério pascal, os discípulos de Cristo penetram nos mistérios do Reino e expressam de modo sacramental sua vocação de discípulos e missionários..” (DA 250)

“A Eucaristia é o lugar privilegiado do encontro do discípulo com Jesus Cristo. Com esse Sacramento, Jesus nos atrai para si e nos faz entrar em seu dinamismo em relação a Deus e ao próximo.... os fiéis devem viver sua fá na centralidade do mistério pascal de Cristo através da Eucaristia, de maneira que toda a sua vida seja cada vez mais eucarística. A Eucaristia, fonte inesgotável da vocação cristã é, ao mesmo tempo, fonte inextinguível de impulso missionário.” ( Cf DA 251)

Uma firme decisão missionária deve impregnar todas as estruturas eclesiais e levar todas as comunidades a abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favoreçam a transmissão da fé. (Cf DA 365)

“A conversão pessoal desperta a capacidade de submeter tudo ao serviço da instauração do Reino da Vida. Os bispos, presbíteros, diáconos permanentes, consagrados e consagradas, leigos e leigas, são chamados a assumir atitude de permanente conversão pastoral, que implica escutar com atenção e discernir ‘o que o Espírito está dizendo às Igrejas’ (Ap 2,29) através dos sinais dos tempos em que Deus se manifesta.” (DA 366)

“A conversão pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária.” (DA 370)

“O projeto de pastoral da Diocese, caminho de pastoral orgânica, deve ser resposta consciente e eficaz para atender às exigências do mundo de hoje.....Esse projeto diocesano de pastoral exige acompanhamento constante por parte do bispo, dos sacerdotes e dos agentes de pastoral, com atitude flexível que lhes permita manter-se atentos às exigências da realidade mutável.” (DA 371)

Diante desses apelos do Documento de Aparecida, a assembléia diocesana realizada no dia 1 de novembro de 2008 propõe para todas as nossas comunidades:

  1. Que o trabalho pastoral seja verdadeiramente orgânico, unindo todas as forças (sacerdotes, agentes de pastoral movimentos) a serviço da instauração do Reino.
  2. Haja uma preocupação de se conhecer mais profundamente as orientações do Documento de Aparecida, e que este seja iluminador da formação dos agentes de pastoral.
  3. Que em todas as nossas atividades pastorais haja a preocupação de se propiciar um encontro pessoal com Cristo. Para que esse encontro de fato aconteça de é necessário cultivar constantemente o aprendizado da oração: “é necessário aprender a orar, voltando-se sempre a aprender essa arte dos lábios do Mestre” (DA 255, citando Novo millenio ineunte 33). Não se trata aqui de aprender a recitar orações, mas de aprender a orar no espírito da oração do Senhor. O aprendizado dessa oração pessoal nos prepara para a oração comunitária e litúrgica e assim se dá o verdadeiro encontro com Cristo.
  4. Que ouvindo o Espírito Santo na oração, as comunidades se abram à sua inspiração e assim encontrem formas criativas para atrair aqueles que encontram-se afastados.
  5. Seguindo a orientação das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2008-2010 propõe que se cuide muito da espiritualidade, sobretudo dos agentes de pastoral, tanto leigos como religiosos e clero, “pois nada substitui a experiência do Deus vivo, alimentada constantemente da escuta da Palavra tanto no livro da Escritura quanto no livro da vida; da participação na eucaristia e demais celebrações; da oração generosa aberta a Deus e à sua presença na realidade humana; do abandono ao Espírito Santo que precede a ação do evangelizador, assiste-o cotidianamente confortando-o nas suas dificuldades e mesmo nos fracassos; da doação de si mesmo no serviço aos demais.”(DGAE, 101).

 

  1. Ação Missionária

 

“Como discípulos de Jesus reconhecemos que Ele é o primeiro e maior evangelizador enviado por Deus (cf. Lc 4,44) e ao mesmo tempo o Evangelho de Deus (cf. Rm 1,3). Cremos e anunciamos “a boa nova de Jesus, Messias, Filho de Deus” (Mc 1,1). Como filhos obedientes à voz do Pai, queremos escutar a Jesus (cf. Lc 9,35) porque Ele é o único Mestre (cf. Mt 23,8). Como seus discípulos, sabemos que suas palavras são Espírito e Vida (cf Jo 6,63.68). Com a alegria da fé, somos missionários para proclamar o Evangelho de Jesus Cristo e, n’Ele, a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência e da solidariedade com a criação.”( DA 103).

Renovar nossas comunidades em vista de uma Diocese Missionária é uma tarefa desafiadora, mas, a Fé e a Alegria de ser Discípulo e Missionário de Jesus, Caminho, Verdade e Vida, nos fortalece ainda mais, e sob a luz do Espírito Santo aquele que conduz a Igreja, queremos, sacerdotes, religiosos, lideranças e Povo de Deus, colaborar na obra da Ação Evangelizadora.

Assim nosso Oitavo Plano Diocesano tem na Ação Missionária uma linha de trabalho muito forte, porque temos a convicção de que todas as Pastorais, Movimentos, Organismos e Serviços (cada um com seu Carisma, sua Dinâmica e seu Método), estarão trabalhando também em vista de Buscar os afastados de nossas Comunidades, dos quais até sabemos seus nomes, seus rostos e onde moram.

Portanto, a Ação Missionária deverá ser o Eixo Fundamental sobre a qual deverá gravitar todas as atividades da Paróquia, envolvendo todas as lideranças e buscando de fato mostrar que a Igreja está extremamente preocupada com aqueles que ainda estão longe da Ceia Eucarística e de tantas atividades na Comunidade Paroquial (pastorais - movimentos - encontros - grupo de reflexão - semanas celebrativas) que ajudam a promover a Pessoa Humana.

A alegria de ser Discípulos Missionários para anunciar o Evangelho de Jesus Cristo e chamados a viver em comunhão – (DA 101, 102 e 156).

 

  1. Pequenas Comunidades

 

      Os Grupos de Reflexão/CEBs fazem parte da história da diocese de Cornélio Procópio. Figurou como prioridade ou destaque em todos os Planos diocesanos de Ação Evangelizadora desde a criação da nossa diocese. É indiscutível o seu valor para criar, alimentar e fortalecer o espírito comunitário, pois sem este último, a fé corre um sério perigo de esfriamento ou de letargia. As pequenas comunidades se constituem “um ambiente propício para escutar a Palavra de Deus, para a fraternidade, para animar na oração, para aprofundar processos de formação na fé e para fortalecer o exigente compromisso de ser apóstolos na sociedade de hoje”(DA, 308). Desta forma, os Grupos de Reflexão/CEBs “são um sinal da vitalidade da Igreja, instrumento de formação e evangelização, um ponto de partida válido para uma nova sociedade, fundada na civilização do amor” (RM, 51).

      As nossas comunidades, para serem verdadeiramente cristã, devem fundamentar sua vida em Jesus Cristo através da escuta atenciosa e ativa da Palavra de Deus, na oração, onde a eucaristia ocupa o lugar central (cf. DA, 180), na comunhão fraterna expressa pela unidade de coração e de alma e pela partilha dos bens, conforme as necessidades dos irmãos (cf. At 2, 42-47; DGAE-2008-2010, 82).

      Na diocese de Cornélio Procópio, os Grupos de Reflexão/CEBs têm em comum a reunião em torno da palavra de Deus, a partilha dos dons e das experiências de fé trazidas pelo povo e a convicção de que, nos pequenos grupos, com as famílias o processo de evangelização vai tomando corpo e ganhando força, pois se caracterizam como um novo jeito de ser Igreja. Por isso, o Povo de Deus da Igreja Particular da Diocese de Cornélio Procópio, em assembléia reunida no dia 01/11/2008 retomou veementemente a prioridade dos Grupos de Reflexão/CEBs, destacando as seguintes indicações práticas:

  • Fortalecer os Grupos de Reflexão/CEBs através de melhoria no material usado como subsídio, enriquecendo-o com dinâmicas, celebrações e outros;
  • Preparar melhor os dirigentes e animadores por meio de encontros de formação e reuniões periódicas de planejamento e avaliação:
  • Incremento dos grupos mediante a maior e melhor participação dos padres e ministros extraordinários da Palavra e Eucaristia, com celebrações e visitas nas casas, objetivando sua revitalização dos grupos e o resgate da família, “Igreja doméstica”;
  • Organizar a Paróquia para que ela seja uma verdadeira comunidades de comunidades, onde os vários grupos, pastorais, associações e movimentos eclesiais trabalhem unidos em autêntica Pastoral de Conjunto.

 

  1. Formação Permanente

 

      A Diocese assume como sua 4ª linha de ação, a Formação Permanente dos membros de suas comunidades: bispo, sacerdotes, consagrados(as) e leigos e leigas. A preocupação da Diocese pela formação é motivada pelo apelo da Conferência de Aparecida quando diz: “A vocação e o compromisso de ser hoje discípulos e missionários de Jesus Cristo, requerem clara e decidida opção pela formação dos membros de nossas comunidades, a favor de todos os batizados, qualquer que seja a função que desenvolvem na Igreja.”DA-276.

      Os apelos da realidade diocesana colocam sérios desafios à tarefa da evangelização e, mui especialmente, para a linha da formação permanente das nossas lideranças. A Diocese, no entanto, busca definir o seu papel em vista de uma resposta fiel, adequada e relevante. Para isto, sempre volta às raízes e fontes que são Jesus Cristo e seu Evangelho, buscando daí extrair luzes de compreensão e sua própria natureza, de sua ação e de seu estudo, em conformidade com os apelos decorrentes da sua realidade.

      “Ao descobrir e viver a própria vocação e missão, os fiéis leigos devem ser formados para aquela unidade, de que está assinalada a sua própria situação de membros da Igreja e de cidadãos da sociedade humana. A formação doutrinal dos fiéis leigos mostra-se hoje cada vez mais urgente, não só pelo natural dinamismo de aprofundar a sua fé, mas também pela exigência de racionalizar a esperança que está dentro deles, perante o mundo e os seus problemas graves e complexos.” Exortação Apostólica Pós-Sinodal-Christifideles Laici-nº 59 de João Paulo II.

      Conclui-se que a formação hoje deve levar em conta o pluralismo cultural de nossas comunidades e os desafios da realidade sócio-econômica e política de nosso povo. Para alcançar esta linha de ação, contamos com a preocupação e o compromisso da Diocese e de nossas comunidades paroquiais em ofertar cursos , encontros e retiros, criando sempre mais o acesso ao conhecimento de Cristo e da Igreja a todos os fiéis.

      A formação das lideranças quer ampliar a participação dos fiéis nos diversos níveis da vida de nossa Igreja; conhecer e aprofundar mais a ligação fé e vida em todas as dimensões da nossa ação pastoral; e colaborar com mais coragem e entusiasmo a transformação da pessoa, comunidade e sociedade, como sinal da realização do Reino de Deus entre nós da Diocese.

      Fiéis à Assembléia Diocesana vamos nos comprometer acolher com abertura generosa , empenho renovado e iniciativas corajosas as seguintes orientações:

1-Descobrir, convidar e proporcionar formação contínua para os novos líderes e evangelizadores das comunidades, suscitando e aprimorando dons e talentos a serviço da criatividade pastoral.

2-Priorizar a formação dos agentes para atuarem nas pastorais da família, da catequese, da ação social e liturgia.

3-Formar equipes em nível diocesano e paroquial para velar e incentivar a ação evangelizadora, onde os jovens evangelizem os jovens, as famílias sejam evangelizadoras de outras famílias e as pessoas idosas levem o Evangelho aos idosos.

4-Envolver todas as lideranças na ação missionária, aproveitando de preferência pessoas da própria comunidade, como: alunos da Escola Teológica, participantes de cursos, demais agentes e profissionais.

5-Instituir o Dia da Palavra para que os fiéis “sintam atraídos pela sabedoria das Palavras de Jesus, pela bondade de seu trato e pelo poder de seus milagres,” (DA 21).

6-Seguir o roteiro de formação “o caminho de formação dos discípulos missionários”. (DA-240-346).

 

Em 2013 tivemos o IX Plano de Ação Evangelizadora, que ficará até este ano (2016). O Documento trata de um tempo inspirador para nossa diocese que no início desta jornada completou 40 anos (03 de outubro de 2013) de sua instalação, agradecendo a Deus sua historia e caminhada. A finalidade deste plano é nos situar em nossa realidade e ao mesmo tempo no âmbito da Conversão Pastoral como indica a Conferência de Aparecida (Cf. DGAE, 27). Trata-se de um esforço e desejo de voltar as fontes e recomeçar a partir de Jesus Cristo e colocar a Igreja no caminho amor-serviço aos sofredores da terra (Cf. DGAE, 27).

            Com o compromisso de promover o Reino de Deus, sinal de vida, e superar as estruturas de pecado e de morte, a Diocese de Cornélio Procópio assumiu, na Assembleia Diocesana realizada dia 15 de setembro de 2012, quatro urgências para o IX Plano de Ação Evangelizadora: a Ação Missionaria Permanente, a Iniciação a Vida Cristã, a Animação bíblica fonte da Vida e da Pastoral e a Ação Sócio-transformadora, a serviço da vida plena em todas as suas comunidades.

A Diocese agradece o inestimável serviço que as pastorais, movimentos e associações religiosas prestam à evangelização em vários níveis, como sua contribuição para promoção humana, dando incentivo as comunidades paroquiais e demais comunidades a prosseguirem incansavelmente em sua abnegada e insubstituível missão apostólica.

 

 

 

 

 


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