Irmãos e Irmãs, nós o povo santo e fiel de Deus, nos reunimos nesta tarde, nesta Igreja Catedral dedicada a Cristo Rei, para celebrar a nossa fé eucarística, cantar os louvores da fé e, com Maria assunta ao céu, proclamar as suas obras maravilhosas e caminhar juntos, com fé, esperança e caridade, rumo à nossa glorificação.
Saúdo com alegria o Arcebispo de Londrina, Dom Geremias Steinmetz, Presidente do Regional Sul II/CNBB e nosso Metropolita, Dom Manoel João Francisco, Bispo Emérito, os Senhores (Arcebispos e) Bispos presentes, os membros do nosso presbitério, Presbíteros e Diácono, os Religiosos e Vida Consagrada e todos os Cristãos Leigos e Leigas de nossa Diocese de Cornélio Procópio.
Saúdo igualmente as Autoridades Civis e Militares e, na pessoa do Sr. Amin José Hannouche, Prefeito do Município de Cornélio Procópio e Presidente da Associação de Municípios do Norte do Paraná (AMUNOP), todas as pessoas constituídas em autoridade para servir ao nosso povo e à sociedade.
Minha saudação, estende-se ainda, aos Irmãos e Irmãs visitantes, da Arquidiocese de Londrina e de outras localidades, aos irmãos e irmãs de outras confissões religiosas e a todos os que nos acompanham pelos meios de comunicação social. Sintam-se todos acolhidos e acolhidas!
Nesta celebração da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, somos convidados a olhar para Maria, a discípula fiel, figura da Igreja nascente e modelo dos cristãos e unindo-nos a Ela, viver o seguimento do seu Filho, para chegarmos um dia à glória do céu. Maria, elevada ao céu, é consolo e esperança para nós, povo santo e fiel de Deus caminhante, chamados a vencer as adversidades e desafios do tempo presente e a testemunhar a vitória do bem e da vida sobre todo o mal, pois esta Solenidade – afirma o Papa Emérito Bento XVI – nos diz que o túmulo não é a nossa última morada. Maria nos trouxe o Autor da vida, Jesus Cristo, nosso Salvador, que veio realizar a salvação e manifestar a força, a realeza e o poder de nosso Deus. Ele manifesta a sua força e o seu poder amando-nos e salvando-nos. E Maria, é portadora dessa boa notícia para toda a humanidade, pois ela, a escolhida por Deus e cheia de graça, colaborou plenamente para a realização do plano divino da salvação e foi, entre todas as criaturas, a primeira redimida e glorificada junto do seu Filho. Com seu cântico descrito por Lucas no Evangelho que ouvimos, Maria nos oferece a nova tenda da habitação de Deus entre nós. Ela é Arca da Aliança e fala-nos da construção de Deus feita pelo tecido do Antigo Testamento. Maria é a mulher que canta os louvores de Deus ouvindo a Palavra. Torna-se mãe porque antes concebeu Jesus no coração. É a fé que a fez que a fez confiar e crer.
Em Maria, temos a certeza de estarmos sempre com Jesus, mesmo que o dragão persiga. Por isso, Ela é a figura da Igreja, imagem nossa, de dores e perseguições; sobe ao céu para ser sinal do que um dia seremos, pela fé.
A vitória de Jesus, novo Adão, é a vitória da humanidade e, consequentemente, a vitória de Maria; pois Ele, vencedor da morte e ressuscitado, elevou para junto de si sua Mãe Santíssima e nos indica o caminho de glorificação que fez por nós. Assim, Maria torna-se a nova Eva. Temos aqui dois “sim” dados a Deus. Eva deu o seu sim, mas foi vencida pela desobediência. Maria deu um outro sim, formado pela espera em Deus. Seu Filho torna-se o homem Novo, que pela obediência, nos faz entrar no santuário definitivo.
Em Maria, encontramos duas atitudes fundamentais assumidas, rumo à glorificação: fé e serviço; fé: “Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu” (Lc1,45); serviço: Maria partiu apressadamente para a casa de Zacarias e Izabel (Lc 1,39-40). Atentos à Palavra de Deus, caminhemos com Maria, no caminho da fé e da missão, para seguirmos Jesus e participarmos do seu Reino. E assim podemos proclamar as obras maravilhosas do Senhor, realizadas em nossa vida e em nossa história, particularmente neste ano jubilar de nossa Igreja Particular de Cornélio Procópio: ele olhou para nós com amor e misericórdia, mostrou a força do seu braço, dispersou os soberbos, derrubou os poderosos, elevou os humildes, saciou os famintos e socorreu a nós, seu povo, conforme havia prometido a nossos pais (cf. Lc 1,48-55).
Irmãos e Irmãs, neste jubileu de 50 anos de fé e de evangelização, façamos memória da nossa história, recordando a multidão luminosa de testemunhas do Evangelho em nossa Igreja de Cornélio Procópio, e nos disponhamos, com alegria e coragem no presente, a continuar essa rica e fecunda história de fé e evangelização em nossa Diocese, iluminados pela Palavra de Deus, pelas orientações do Papa Francisco, força do Concílio Vaticano II, pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e pelo nosso XI Plano Diocesano de Pastoral (2021-2024), o qual nos conduz, pessoal e comunitariamente, a inserir ativamente na pastoral orgânica, evangelizando de modo harmônico e integrado no mundo atual (cf. XI Plano Diocesano de Pastoral 2021-2024, apresentação do Bispo; DA 169). Deixemos nos interpelar também pela ação do Espírito e pelos sinais dos tempos, pois é o Espírito que nos conduz ao discernimento tão expressado pelo Papa Francisco, para sermos uma Igreja jubilar, sinodal, da comunhão, participação e missão, dando razões da nossa fé e da nossa esperança a todo aquele que nos interpela em nosso tempo (cf. I Pd 3,15). E assim, com Maria, que nos acolhe e nos envolve no amor e na ternura do seu Imaculado Coração, caminhemos seguros e confiantes abertos à alegria e à esperança do futuro, para sermos uma Igreja viva, dinâmica e santa, conforme aponta nosso XI Plano Diocesano de Pastoral. (cf. XI Plano, introdução).
Maria, assunta ao céu, é sinal e modelo para todos os Irmãos e Irmãs de Vida Consagrada, chamados a ser na Igreja um dom de amor e de serviço, consagrando-se a Deus no serviço ao próximo pelos conselho evangélicos de pobreza, obediência e castidade. Neste dia da Vida Consagrada, louvemos e bendizemos a Deus pela vida e missão desses nossos irmãos e irmãs, que atuam em nossa Diocese: Irmãs Dominicanas da Bem aventurada Imelda, Irmãs de Maria de Schoenstatt, Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, Congregação de São José de Cluny, Irmãs do Imaculado Coração de Maria de Nagasaki, Irmãs do Sagrado Coração de Maria de Belaar, Irmãos da Caridade, Sociedade do Apostolado Católico (Palotinos), Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus e Congregação da Sagrada Família de Bérgamo. Recordemos também com gratidão de todos os Consagrados e Consagradas, que doaram sua vida em nossa Diocese entre eles: Dom Domingos, da Congregação da Missão e Dom Getúlio, da Congregação do Verbo Divino, e já não estão entre nós. A eles, nosso reconhecimento e orações! Amo muito a vida consagrada. Ela é muito importante na nossa Igreja Particular. Somos uma Diocese constituída por uma visão ministerial segundo a eclesiologia do Concílio Vaticano II.
Por fim, irmãos e irmãs, ao iniciar o meu ministério pastoral nesta amada Igreja de Cornélio Procópio, renovo o meu Sim ao Senhor que me amou, escolheu-me e conduziu-me até aqui para ser um servidor e pastor de todos, mas destaco os mais vulneráveis, sofridos, doentes, os que estão em situação de miséria e exclusão, os das periferias geográficas e existenciais e os que ainda não foram acolhidos por nós, com todo o povo santo e fiel de Deus, com as lideranças, pastorais, movimentos, serviços, associações, vocações, ministérios e carismas aqui presentes e toda a vida civil e militar de nossa região e as diferentes confissões de fé. Somos uma Igreja, que assume pela encarnação de Cristo todas as realidades. Cornélio Procópio e região está em constante desenvolvimento e temos muito que oferecer para o Estado.
Com Maria, posso proclamar: “A minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador” (Lc 1,46). E com as palavras do Papa Francisco, olhemos para a Mãe de Deus na glória, entendamos que o verdadeiro poder é o serviço e que reinar significa amar. E que este é o caminho para o céu (cf. Francisco, Ângelus, 15/08/22). A ela, confio o meu ministério pastoral, rezando: “Ó Maria, no amor e na ternura do teu Imaculado Coração, que ‘todos nós tenhamos disposição e muita saúde para cuidar uns dos outros. Que nunca nos faltem o entusiasmo e o comprometimento com a evangelização, porque ainda temos um longo caminho a percorrer’ (I Rs 19,7). Confiantes no amor de Cristo, vos pedimos bênçãos e perseverança para que levemos o Evangelho a todas as pessoas. Amém”! (Oração do ano jubilar da Diocese de Cornélio Procópio).
+ Dom Marcos José dos Santos
Bispo Diocesano de Cornélio Procópio